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sábado, 9 de janeiro de 2010

Cada caso... é um caso



Minha afiada afilhada, em comentário no post anterior, criticou o uso de bicicletas como meio viável de transporte, usando sua situação de transeunte como exemplo. Ela mora em uma cidade, trabalha num pequeno (e distante) distrito turístico dessa mesma cidade, e tem de ir diariamente de casa a uma cidade próxima para realizar serviços de banco e compras, dessa cidade ao distrito onde trabalha, e deste, de volta a sua casa, percorrendo aproximadamente 46km diariamente de ônibus, com um gasto de cerca de 2h20min.
A verdade é que a bicicleta é um veículo excepcional para se percorrer pequenas distâncias, principalmente dentro de cidades, onde o volume de carros, sentidos de ruas, falta de vagas para estacionamento e ônibus lotados que param de ponto em ponto atrapalham o deslocamento de veículos motorizados. Anualmente são realizados desafios intermodais de meios de transporte nas principais cidades brasileiras, e alguns resultados podem sem encontrados aqui, aqui, aqui, aqui e aqui, e mostram as principais vantagens e desvantagens dos mais diversos meios de transportes utilizados em cidades, como skates, ônibus, patinetes, cadeiras de roda, bicicletas, metrô, trem, carro, helicópteros, dentre outros.
Ludmilla tem razão ao não considerar a bicicleta viável para percorre seu trajeto. Como o trajeto, em sua maior parte, ocorre em rodovia, o trânsito não atrapalha o deslocamento do ônibus, que desenvolve com alta velocidade em grande parte do percurso. Além disso, o cansaço de se pedalar todo esse percurso torna demasiado desgastante a realização de outras tarefas no restante do dia, como trabalhar e andar pela cidade para fazer serviços de banco e compras. Ela afirma ao final, que um automóvel seria a melhor solução para seu problema de deslocamento, pois mesmo trafegando em rodovias, o ônibus pára em muitos pontos, e dá muitas voltas antes de chegar ao destino desejado. Acredito que não. Acredito que mudar de residência, para morar próximo do trabalho, ou dos bancos seria uma solução mais acertada, mas na impossibilidade disso, o carro realmente, é uma opção razoável. Certo é, que o carro é apenas uma opção como meio de transporte. Não o considero uma ferramenta do demônio para causar trânsito, estresse e poluição. Ir à uma balada de bicicleta, por exemplo, pode não ser uma boa. Primeiro porque se corre o risco de chegar muito suado no lugar, o que não é legal. Segundo que, ao retornar da balada, o ciclista bêbado corre tanto ou mais riscos que o motorista bêbado. Neste caso, ir de táxi e dividir a corrida com amigos seria, nesta situação, a solução mais acertada. Automóveis também são legais.
Finalizando esta parte, podemos concluir que cada caso é um caso. O que é solução para mim, pode ser problema para outras pessoas. O que é mínimo necessário para mim, pode ser muito mais que isso para umas pessoas, e deveras aquém do necessário para outras. No meu caso, o uso da bicicleta é ótimo: é mais rápido e mais barato, sem contar as vantagens ambientais. Para Ludmilla o uso da bicicleta é simplesmente impossível. É importante analisar cada necessidade e situação individualmente.

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